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quinta-feira, 21 de julho de 2011

Habeas Corpus

Um dia um policial me parou
na rua e me perguntou:
- Você comete crimes?
- Não, só cometo poemas.
E ele prendeu os meus braços
nas suas algemas.
E eu fiquei como uma ema
presa nos elos de anelos
levada para a delegacia
tendo ao vento os cabelos.
- Está presa por subversão.
- A minha versão é sobre.
- Sobre o quê?
- Sobre o pobre poder podre.
- Você está desacatando a minha autoridade.
- Você está atacando a minha dignidade.
- Você está perdendo seu tempo.
Foi quando apareceu um advogado
e me conseguiu um Habeas Corpus
e meu corpo se abriu
e dele surgiu uma alma
ferida.
Uma alma despida
Uma alma descida
Um espectro decrescente
E eu me despedi contente.

2 comentários:

Natasha disse...

Adoro ler-te. Bjs, Natasha

Anônimo disse...

Gostei muito desse... Por me fazer refletir.Não arrisco um comentário mais afundo sobre o mesmo, por não ser expert com as palavras como você é.Beijos, Luizinho