NOS BECOS DA WEB...

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Canhota

Até a neta
de tinta preta
Caneta.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Marcatexto

Na impossibilidade de produzir boa literatura ou tecer sobre a mesma uma crítica digna, contento-me em grifar seus gritos augustos.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Cultura descartável

Já me disseram que a expressão "cultura de massa" não dá pra amaciar, como fizeram com o "transporte de massa", que virou "transporte coletivo". Mas a cultura de massa é tão rasa e superficial que nenhum eufemismo toleraria esse bloco maciço, compacto, maçante, feito da matéria pegajosa dos moluscos. Existe sim uma massa, que se deixa manejar como um gado sendo tocado pelo boiadeiro, já que não usa de sua MASSA cinzenta e absorve e produz uma geleia geral também cinza, embora para grande parte da sociedade seja multicor. Mas tal cegueira já foi apontada por um escritor português, talvez não seja cegueira, talvez seja uma catarata do tamanho de um iceberg, que como tal tem uma base submersa maior que a aparente, e tal base deve perfurar o cérebro das pessoas. O quê que custa abrir um livro decente e lê-lo? Gente, ler não dói, não. Aproveitem que ser nerd está na moda, e ao invés de só ser nerd na aparência, incorpore o personagem. E quem começa a ler e mantém o hábito, não para nunca mais, pois leitura vicia. E, ao contrário da maconha, não destrói os neurônios, pelo contrário, reaviva-os para sua função principal. Mas não, é melhor não, continuem babando, excretando, golfando, bolçando essa geleia cinza, esse patê gorduroso que entope as artérias intelectuais e polui o meio-ambiente muito mais que qualquer fralda descartável!

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Utopia?

Somos seres deprimidos porque desde cedo nos apresentam à utopia, apresentam-nos ao mundo comparando-o com um fac-símile distorcido seu, no qual o mundo é perfeito. Somos amantes do impossível, tais quais os ultrarromânticos sonhando com a nívea criatura idealizada. E assim, insatisfeitos, não nos contentamos com a desordem, com o caos, não engolimos o escarro que o transeunte arremessa na calçada porque pensamos que deveríamos ser anjos flutuando sobre nuvens ou, no mínimo, que o ambiente urbano deveria ter a assepsia de um hospital.
Alguns irão me acusar de conformista, mas, temos sim que lutar com as armas possíveis contra um ambiente altamente opressivo, mas somos a parte hipossuficiente, não podemos fazer muita coisa.
Afinal, as desigualdades sociais são outro ponto que nos toca e, no entanto, somos impotentes - até que ponto? - para erradicá-las do planeta.
A educação no Brasil caminha a passos de tartaruga, a reforma a conta-gotas dá nos nervos de qualquer um, mas, tenho que enfatizar que, aventureiro ou não, o trabalhador é o que há de melhor no Brasil. É ele que enobrece o país, e é assaltado por essa corja que nos administra. Pelo menos o poder judiciário homenageou o trabalhador criando uma competência judicial só para ele, afinal, é ele que faz o país prosperar e garante o recheio de meias e cuecas alheias. É só uma gorjeta, podemos pensar. Mas que eles não se esqueçam de reverter o restante em obras (aliás, as estradas desse país estão uma vergonha, heim? Só as que são administradas por concessionárias que estão prestando!) e também para a saúde e a educação. É pedir demais?