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domingo, 12 de junho de 2011

Acho que finalmente aposentei meu "eu poeta". Faz tempo que não escrevo poemas. Mas vou publicar um que escrevi há certo tempo, talvez cerca de dois meses ou mais, já que parece que faz tanto tempo que não me dedico a essa causa.

Ciborgue

Liguei o celular na tomada
o mundo desceu pelo fio
e em um segundo eu visito
Curitiba, Florianópolis, Rio:
tecnologia na veia,
eu sou ciborgue.
E-mail, facebook, blogue
pra comunicar meu vazio:
dá até calafrio
esse mundo digital.
E lhe pergunto:
pra que genital?
A moda agora
é sexo virtual.

Na teia, mil imagens
poliícones de cristal
e os iconoclastas, como fazem,
pra quebrar esse vitral?
Dos corredores escuros da catedral
ao branco diáfano das dunas de sal
percorremos, impávidos
todos os pátios do mundo.
E lhe pergunto:
pra que avião?
Se viajamos,
sem tirar os pés do chão?