NOS BECOS DA WEB...

sábado, 31 de março de 2012

estava de estômago vazio e tomei uma coca-cola cloaca. tomara que a bosta-cola corroa a bosta desse estômago logo! também estou fumando um cigarro atrás do outro! quero mais é sair da bosta desse inferno desse mundo idiota logo, nem que seja com um câncer de pulmão, com um câncer seja lá onde for a puta que pariu do órgão onde essa porra vai dar, mas que seja breve, por favor.

Venha, câncer, venha. 

quarta-feira, 7 de março de 2012

Otimismo infundado

Dia 21 de janeiro o blogue Mingau de aço publicou um texto de Washington Araújo chamado A mídia e o complexo de Carolina. Dentre outras coisas, é dito no texto: "A verdade é que não temos nenhum brasileiro se imolando na Cinelândia carioca nem na Praça da Sé paulistana, muito menos na mineira Afonso Pena ou nas imediações do Pelourinho baiano. E não temos por vários motivos. Dentre estes podemos citar o fato de que desde 2004 o premonitório slogan “Orgulho de ser brasileiro” deixou de ser mero reclame institucional do governo federal para ser sentimento vivo, pulsação corrente no corpo do país. A Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, as descobertas de vastas extensões de lençóis petrolíferos na camada do pré-sal, o Brasil já ser “a terceira maior economia europeia”, atrás apenas da Alemanha e da França." e mais:  "Por que ocupar a Bolsa de São Paulo ou o Banco Central em Brasília se nossa economia, ao invés de gerar desemprego em massa, inflação apontando no horizonte e estagnação e colapso financeiro iminentes, encontra-se – nas palavras de nossos filhos – “bombando” e com viés de alta?".


Pois bem, nossa economia está "bombando" - ou, para usar dialeto capixaba, "pocando" - para quem? Para os grandes empresários e políticos, não é mesmo? Os brasileiros continuam se imolando, sim, em seus respectivos trabalhos, pois o mercado de trabalho continua cruel, principalmente para as mulheres - e é mera coincidência que amanhã seja dia 8 de março, pois nossa luta não é a luta de um dia ou de um mês, mas de todos os dias de todos os anos - num ambiente ainda excessivamente patriarcal.


Agora - e posso dizer pois sou testemunha ocular de tal fato - uma funcionária que lida com o público e é agredida verbalmente no ambiente de trabalho não tem ao menos o direito de chorar. Temos que ser "fortes", vestir uma armadura no ambiente de trabalho e jamais demonstrarmos que somos seres humanos. Afinal, não somos mesmo, somos máquinas, não é?


Pobres homens, que são educados para não chorar! Mas as mulheres não se submetem a se impor o mesmo tipo de crueldade a si mesmas. Pobres homens, que não compreendem a grandeza das mulheres de terem a capacidade de se recomporem derramando lágrimas - e ainda são vistas como "fracas" por causa disso!


Esse - a desumanização a que somos submetidos no ambiente de trabalho, tendo que nos sentir "a empresa" quando o público nos dirige uma ofensa - é apenas um dos aspectos cruéis do mercado de trabalho.


O texto de Washington Araújo é totalmente infundado, não temos motivos para achar que estamos no "país das maravilhas".


Não acho - não vou tão longe! - que o Mingau de aço (ao publicar um texto como o de Washington Araújo) na verdade esteja do lado de quem demonstra atacar - prefiro não acreditar nisso! Prefiro acreditar que nosso raciocínio às vezes nos conduz a armadilhas inerentes ao próprio raciocínio, mesmo o raciocínio daqueles que acham que estão sendo "libertários".


Mas, olha lá, gente, vamos ver o que realmente estamos defendendo! Vamos definir nossas posições.



sexta-feira, 2 de março de 2012

A vingança macabaica

Vamos embaralhar as cartas
Porque já não há mais nada
que eu possa fazer
E nessa cilada
de cinco lados
eu jogo os dados
usando os dedos:
o segredo é não ter medo
porque o amanhã
é produzido pela própria força
de evitar a forca.

Mas do gelo nascem focas
que fazem pose pras  fotos:
eu já não preciso de vocês
e do labirinto que vocês teceram com mil fios
para me emaranhar.

Então fica assim:
eu construo o meu amanhã.
Eu sou dona do meu mundo
E vocês continuam fingindo pra vocês mesmos
que são donos de todos os fundos.

Continuem enganando quem
ainda não achou a saída desse labirinto sórdido.
Porque eu conheci a Ariadne
a imprevisível Ariadne redentora
e mais vale o pássaro voar
que ser abocanhado pela mão.

Eu construo o meu próprio caminho
não vendo minha força para fins vis:
o olho, ao secretar a remela,
constrói sua própria janela
e quando não há portas
saímos pela janela mesmo
porque não haveria janelas
se não houvesse paredes
e o peixe esperto
não se deixa captar pela rede.