NOS BECOS DA WEB...

sexta-feira, 4 de março de 2011

Sem-terra

                                                                       a David Cunha

Eu sei que a "Rosa onírica" e o "Vitral lúdico" precisavam de uns retoques, alguns, poucos retoques, mas, só os títulos, já são tão poéticos, que por si só despertaram a minha admiração... mas os textos também são bons... muito bons, por sinal...

Talvez você nunca me perdoe, eu não sei exatamente do que, talvez tenha relação com eu ter tomado aversão a vídeos... por isso eu não vi o vídeo da Natália, mas eu queria ter visto, afinal, eu a admiro muito enquanto atriz. Se eu tivesse uma segunda chance... (de ver o vídeo da Natália, obviamente, pois de ter a sua amizade seria a terceira).

Mas você ou me despreza, ou eu sou objeto do seu escárnio, ou você não me perdoa por eu não devotar mais exclusividade a você num determinado aspecto virtual.

Então eu me afasto, me retiro da sua vida, sem limpar os pés no tapete da porta de entrada (ou de saída) para que você não tenha que lidar com a minha sujeira... Eu sei, a distância, é tão difícil... Mas é mais difícil para mim, que já não tenho mais terra natal, pois quando vou aí também sou estranha... já não sou dessa terra, não sou de terra alguma, sou desterrada, sem-terra.

Mas aprendi a me resignar. Estou resignada por não poder ver você atuando, por não ter a sua amizade e por ser sem-terra, desterrada, soterrada.

E não se preocupe. As minhas cartas são sempre cartas de suicida, mas eu já não afundo mais a navalha no pescoço... Aprendi a empurrar a vida com a barriga, e a enfrentar todas as vísceras da vida... em cada víscera, em cada pétala da víscera, em cada pele descamando da víscera.

Nenhum comentário: