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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O papel e seus pilotos

Eu queria sair escrevendo qualquer coisa, pelo simples prazer de riscar o papel... Para as futuras gerações, explico: "papel" é uma lâmina feita de celulose e água, por isso é duplamente anti-ecológico (por isso que entrou em extinção e vocês não sabem mais o que é. Como na minha época algumas pessoas não sabem o que é papiru e / ou pergaminho. Ao contrário do que você poderia imaginar, "papiru" não é um nome pornográfico. É o ancestral do papel, que é o ancestral da tela de cristal líquido. Apesar de líquido, o cristal líquido não é feito de água, por isso não é tão anti-ecológico quanto o papel e por isso o substituiu). Como com tudo na vida, as pessoas desviavam a verdadeira função do papel e faziam aviões de brinquedo com eles, que ficavam dançando no ar mais ou menos como essas folhas que caem das árvores e ficam indecisas em irem direto pro chão. Alguns aviões de papel faziam malabarismos e cambalhotas no ar, deviam ter pilotos aventureiros e viciados em adrenalina. Quanto mais aventureiro o piloto, maior o sucesso do avião de papel em atrapalhar a aula das professoras. Ah, você também não sabe o que é professora? É que antigamente não havia internet, então eram as próprias pessoas quem transmitiam o conhecimento umas às outras, e essas pessoas que trasmitiam o conhecimento eram chamadas de "professoras". Todo mundo era um pouco professor, como ainda é até hoje (hoje quando?).

Voltando ao papel, ele era um instrumento que não tinha um teclado imbutido, como os computadores têm. Então as pessoas usavam primeiro uma pena de ave molhada no nanquim, que é uma tinta que as lulas soltam, e depois passaram a usar canetas esferográficas, que tinham esse nome pois tinham uma pequeniníssima esfera em sua ponta que ia rodando no papel e soltando a tinta aos poucos.

Outro dia conto mais sobre a pré-história pra você, meu filho. Por hoje é só, pois você já está embalado nesse sono e nem me ouvindo está mais. Boa noite. Durma com os anjos, que são seres alados que têm bochechas rosas e sopram sonhos nos nossos ouvidos, aí eles (os sonhos) rodam na nossa mente feito filme em 3D.

Um comentário:

Will disse...

Texto super oportuno , contemporâneo e que retrata com leves críticas bem características da escritora , uma realidade que transcende a própria história , fazendo-nos voltar no tempo ... Excelente !