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sexta-feira, 9 de abril de 2010

Escrever: escravidão

O ato de escrever, do qual sou escrava, impõe-se soberanamente à sua serva, servidão de palavras: visto meu avental, caneta em punho, a caneta é um punhal que apunhalo na folha macia do papel, eu estupro o papel com a fálica caneta, o papel branco de pureza, qual uma virgem - sei que é paródia - eu apunhalo freneticamente o papel, como se quisesse assassiná-lo. Escrever é um ato de violência. Quem lê nunca fica imune.

2 comentários:

J.M. de Castro disse...

Sim...ninguêm lê impunemente. E o pior, ninguém escreve impunemente. A escrita é como uma danação da visão. Visto, escrito. Pelo menos será esse o projeto? Escravos de uma sensibilidade que vê demais, sente demais. Por isso, artistas.

J.M. de Castro disse...

Escrever é um ato de violência...essa frase não me sai da cabeça...somos, primeiro, violentados pela vida...e a escrita é a nossa arma para não morrer...nossa violência por legítima defesa.