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terça-feira, 5 de outubro de 2010

Vísceras roídas

vontade de rasgar todos os meus livros
e sangrar bichos vivos
para fazer de suas tripas colares podres
e enfeitar-me com as vísceras do bode
para preparar-me para a última foda
e lançar moda
com esse ritual satânico
recheado com sexo tântrico
para louvar um deus adormecido
(talvez Baco)
Por que ainda não inventaram
o deus da cevada?
Já inventaram,
contudo,
o deus  das mal-amadas...
Mal-amadas pelos desalmados
porcos de hospícios
afundados nos mais desprezíveis vícios
e que vendem ósculos nos botecos
bonecos esculpidos em giz -
da cicatriz da flor arrancada jorra um cuspe íntimo e calcáreo
escorrendo pela superfície marmórea
dos tédios aéreos.

Um comentário:

Luis Eustáquio Soares disse...

coral, sua poesia cada vez mais tem sido um soco no escuro do claro, no claro, através do claro, farol visionário!
b
l