Talvez a nossa vida seja um pouco - ou totalmente - como nas narrativas de Mia Couto: a fantasia e a ficção, os sonhos também, se entretecem com a realidade e nessa nuvem espessa originada desse cruzamento, não sabemos mais distinguir o quê é o quê, não há como seccionar o onírico e o improvável daquilo que convencionamos chamar de "realidade". Nossa memória é um tricô de muitas lãs, e não somos argutos o suficiente para separar os fios, somos os eternos obnubilados...
A neblina atrapalha a visão e temos que ter cuidado para que esse sonambulismo não nos impeça de reconhecer o quebra-cabeça do poder, e examinar peça por peça.
Quebra-cabeça que mais parece a Vila Cacimba, lugar em que sempre tem um querendo passar a perna. Só que, fictícia ou não, situa-se em Moçambique, país pobre, e seus miseráveis habitantes - os de Vila Cacimba, onde se passa o romance Venenos de Deus, remédios do Diabo, do escritor moçambicano Mia Couto - inventam várias histórias, muitas vezes uma negando a anterior, enfim, essa confusão toda eles armam como meio de conseguir dinheiro dos estrangeiros que lá chegam. São os miseráveis 171.
Já no quebra-cabeça do poder, ao qual me referi, são os grandes maquinando como vão passar a perna no povo. É a "chissila", palavra moçambicana que significa maldição!
A neblina atrapalha a visão e temos que ter cuidado para que esse sonambulismo não nos impeça de reconhecer o quebra-cabeça do poder, e examinar peça por peça.
Quebra-cabeça que mais parece a Vila Cacimba, lugar em que sempre tem um querendo passar a perna. Só que, fictícia ou não, situa-se em Moçambique, país pobre, e seus miseráveis habitantes - os de Vila Cacimba, onde se passa o romance Venenos de Deus, remédios do Diabo, do escritor moçambicano Mia Couto - inventam várias histórias, muitas vezes uma negando a anterior, enfim, essa confusão toda eles armam como meio de conseguir dinheiro dos estrangeiros que lá chegam. São os miseráveis 171.
Já no quebra-cabeça do poder, ao qual me referi, são os grandes maquinando como vão passar a perna no povo. É a "chissila", palavra moçambicana que significa maldição!
2 comentários:
Adorei.Acho que você nunca disse tudo em tão pouco:"não há como seccionar o onírico e o improvável daquilo que convencionamos chamar de "realidade"". Seremos os eternos obnubilados que não conseguimos diferenciar.E nós ainda mais. Porque somos feitos mais de sonhos que de realidades...Vou colocar esse trecho no meu varal de citações...
eis aí o seccionar, seccionando-nos, na divisão das letras, na divisão dos mundos, tal que a realidade seja a ficção que nós escrevemos, na pela do suporte aberto das infinitas possibilidades, as nossas.
Bom voltar em seu blog...
b
luis de la mancha
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