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terça-feira, 13 de outubro de 2009

Escravidão = prostituição

Mas, no final das contas, somos todos uns prostituídos, pois, por contraditório que pareça, temos que nos vender para ter alguma dignidade. Para que não reste dúvida quanto à máxima (na qual todos acreditam, a qual todos pregam, pela qual todos trabalham) que quero fazer vir à tona: só o dinheiro traz dignidade. Há uma frase que ouvi e que desconheço a autoria, pois foi uma citação que me disseram, que diz: "Só o trabalho traz a dignidade para amar". E nós trabalhamos para quê?

Afinal de contas, para amar é necessário no mínimo um lugar aconchegante, um lar, um motel, o que custa dinheiro. Para amar é preciso comer e ninguém se alimenta de luz, a não ser as plantas e não estamos falando delas, que não precisam de dinheiro para se reproduzir e nem para se alimentar (sorte delas!)

E além de prostituídos, somos todos uns escravos, obrigados a trabalhar, pois não temos outra opção (a não ser os aristocratas, esses parasitas!)

Somos escravos assalariados e trabalhamos para conseguir a carta de alforria (aposentadoria).

Enfim, esse é o nosso drama.

2 comentários:

J.M. de Castro disse...

Assino em baixo, em cima, do lado, no meio. Mais do que ninguém sei o que está querendo dizer. Eis a condição humana do homem. Creio que temos que conceber o trabalho, o duro trabalho do operário, o duro trabalho de nós escritores e pensadores - porque também não duro, ora bolas, se afinal pensar e lutar é uma coisa tão difícil? - como uma prova de amor. Talvez para que não o consideremos um ofício, uma pena. Uma prova de amor para o que quer que seja, pela vida, pelo amor mesmo, pelo trabalho, pela nossa condição. Vejo o trabalho do meu pai que chega cansado e penso: para que tudo isso? Para mim, talvez. Muito, talvez. E isso é uma prova de amor. Soa otimista isso, mas é que temos que buscar um otimismo nas entranhas do pessimismo porque se não...

Luciano Baptista Domingos disse...

Olá Helena. Não tem como não voltar a dar uma espiada por seus textos. Gostei deste em especial e acrescento que se não nos vendermos e não nos prostituírmos, o tempo passa e nos chicota e engole nossa moral. Vc não sabe como eu ando sentindo falta por aqui de palavras retas. Como odeio esse povo hipócrita. Abraços.