O cio no ócio é fóssil
o seu ódio faz lançar míssil
a hóstia se desfaz na língua
enquanto o padre celebra a missa
que eu não vou mais aos domingos.
De fé não tenho mais nem um pingo
ou tanto quanto um flamingo:
o ritual agora
é inverossímil
e inassimilável.
Um comentário:
Temos esse ritual da poesia, da arte, onde as suas leis são tão particulares que podem, será?, ser inverossímeis...inasimiláveis...mas para quem? Será que é pelo caminho do inverossímil que colocamos algo mais na realidade? O que se incorpora com muita lentidão como uma digestão da alma...um poema deve ter a textura de um grande osso, grandes músculos... e o nosso ritual a precisão do infinito...o canto além do grito...
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