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sexta-feira, 2 de março de 2012

A vingança macabaica

Vamos embaralhar as cartas
Porque já não há mais nada
que eu possa fazer
E nessa cilada
de cinco lados
eu jogo os dados
usando os dedos:
o segredo é não ter medo
porque o amanhã
é produzido pela própria força
de evitar a forca.

Mas do gelo nascem focas
que fazem pose pras  fotos:
eu já não preciso de vocês
e do labirinto que vocês teceram com mil fios
para me emaranhar.

Então fica assim:
eu construo o meu amanhã.
Eu sou dona do meu mundo
E vocês continuam fingindo pra vocês mesmos
que são donos de todos os fundos.

Continuem enganando quem
ainda não achou a saída desse labirinto sórdido.
Porque eu conheci a Ariadne
a imprevisível Ariadne redentora
e mais vale o pássaro voar
que ser abocanhado pela mão.

Eu construo o meu próprio caminho
não vendo minha força para fins vis:
o olho, ao secretar a remela,
constrói sua própria janela
e quando não há portas
saímos pela janela mesmo
porque não haveria janelas
se não houvesse paredes
e o peixe esperto
não se deixa captar pela rede.

Um comentário:

ocupaAredeglobo disse...

sim, vejo você autoconfiante, neste poeta, seu eu-lirico, eu-lírio,eu-lindo.
b
l