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quinta-feira, 25 de março de 2010

A Lei Maria da Penha e seus aspectos antropo-biossociais

Não sou psicóloga, muito menos tenho lido o que se tem publicado a respeito, mesmo assim ouso falar do assunto, já que outro dia, diante de mim, deixaram entender que a Lei Maria da Penha é inútil, já que a própria vítima retira a queixa após denunciar o agressor.
Pois é evidente que existe um elo afetivo que une (perdoem-me a redundância) a vítima ao agressor. Na verdade, já li sobre a possibilidade da vítima se apaixonar por seu próprio estuprador, o que não é propriamente o caso em que é aplicada a Lei Maria da Penha (embora esta não o exclua, já que o próprio marido ou namorado da vítima pode estuprá-la), mas é uma situação análoga. Como já disse, não sou "expert" em psicologia e portanto desconheço que estranhos e mórbidos mecanismos estão envolvidos no processo. Talvez, mais do que simples tendência da mulher ao masoquismo e à falta de amor próprio, estejam envolvidos aspectos biossociais, já que a mulher é que geraria o suposto filho originado do sinsitro e, tradicionalmente, talvez se possa dizer mesmo antropologicamente, é papel do homem - interessado na manutenção dos genes perpetuados - sustentar a cria e prover à mãe alimento o mínimo suficiente para que essa possa pelo menos gerar leite (também ignoro a lactação, não sei se essa cessa com alimentação deficiente) e dedique à criança os cuidados básicos. Assim, romper com o possível autor de um filho (dispensada a hipótese do aborto em nossos ancestrais, que o cometiam, é verdade, mas estou priorizando a intenção biológica de preservação dos próprios genes, agora também presentes no corpo da - suposta - criança) só acarretaria problemas à mãe.
É claro que o contexto social hoje é outro, há creches (lembrando que as públicas não são lá "essas coisas"), a mulher está relativamente inserida no mercado de trabalho e outros fatores, podendo a mulher sustentar o próprio filho, mas não se pode ignorar nossas raízes históricas, antropossociais e o consequente atavismo inerente à nossa espécie.
E o mesmo ocorre quando a agressão não é propriamente um estupro, muitas vezes há filhos envolvidos na relação, o que torna tudo mais complexo. E quando não há, o agressor é um pai em potencial.

(Qualquer acréscimo de informação ignorada será bem vindo).



terça-feira, 9 de março de 2010

Viver é completamente inútil, por isso inventamos tantas atividades, metas, objetivos... para disfarçar essa inutilidade...

segunda-feira, 1 de março de 2010

Atualidade secular

Impressionante como, escrito há quase um século atrás, Raízes do Brasil continua tão atual!